Livro: "171 - Estelionato Espiritual" (Pr. George Antonio)



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“Em síntese, o que caracteriza fundamentalmente o crime de Estelionato, capitulado no artigo 171, do Código Penal Brasileiro, é o ato de viciar a vontade da vítima, que se desfaz do seu patrimônio, equivocada quanto à realidade; entrega o que tem por sua própria vontade, haja vista ter sido envolvida e “enfeitiçada” pelos ardis (uma história enganosa) do criminoso.
Isto posto, o que poderíamos chamar de Estelionato Espiritual? Será que existe 171 nas Igrejas Evangélicas? Cuidado com o teu dinheiro, irmão!
Neste livro, escrito numa linguagem simples, o autor nos ajuda a identificar e mostrar como agem os pastores, pregadores e cantores estelionatários, e nos orienta como não sermos vitimados por estes golpistas".
Veja alguns textos deste livro:
Introdução
171 é o artigo do Código Penal Brasileiro que tipifica o crime de Estelionato. Assim o descreve o referido Código:

Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Estelionato, do latim "stellionatus", da raiz "stellio", que é o nome de uma espécie de lagarto conhecido por mudar de cor, para ficar despercebido no ambiente em que se encontra. A mudança de coloração da pele o ajuda tanto na caça à sua presa quanto na defesa contra seus predadores.
É conhecido como o crime do colarinho branco. O criminoso não toma, não ameaça nem causa à vitima qualquer constrangimento físico ou moral na hora do ataque, apenas a induz ou a mantém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
É o golpista, o “bom de lábia”, que “enfeitiça” sua presa, ganhando sua confiança de tal modo que esta se desfaz de seu patrimônio, entregando-o satisfeita e confiantemente ao criminoso. É o mais inteligente dos criminosos.
Em síntese, o que caracteriza fundamentalmente o crime de Estelionato é o ato de viciar a vontade da vítima, que se desfaz do que é seu, equivocada quanto à realidade; entrega o que tem por sua própria vontade, haja vista ter sido envolvida e enfeitiçada pelos ardis (uma história enganosa) do criminoso.
Isto posto, o que poderíamos chamar de Estelionato Espiritual? Será que existe 171 em Igrejas evangélicas?
Pode parecer novo, mas a Bíblia nos mostra Jesus expulsando alguns estelionatários do Templo, veja:

“Mais tarde, entrando no templo, começou a expulsar os que ali estavam negociando, repreendendo-os: Está escrito! A minha Casa será Casa de oração. Porém vós a transformastes num covil de estelionatários!” (Lucas 19.45,46 - KJA).
A expressão estelionatários, usada pela Bíblia King James, é a tradução que melhor explica o tipo de pecado que os negociantes do Templo praticavam. Não se tratava de furto ou roubo, mas do crime de Estelionato.
Neste livro, quero analisar com o amado leitor o que poderíamos chamar de Estelionato Espiritual, ou seja, quais atitudes caracterizam o vício da vontade de quem oferta na casa do Senhor. Aprenderemos ainda a identificar um ministro 171, ou seja, um estelionatário espiritual.
Aperte o cinto!

Primeiro capítulo
Hipnotizar para devorar
“Quando estive entre vocês e passei por alguma necessidade, não fui um peso para ninguém; pois os irmãos, quando vieram da Macedônia, supriram aquilo de que eu necessitava. Fiz tudo para não ser pesado a vocês, e continuarei a agir assim” (II Coríntios 11.9).
          “Paulo usa uma expressão muito rara em grego para construir uma metáfora em relação ao procedimento dos falsos apóstolos. O termo, aqui traduzido por “pesado”, tem a ver com a atitude predatória de um peixe oriental que primeiro paralisa (hipnotiza) sua presa para, em seguida, devorá-la tranquilamente”1. Este comentário é uma nota de rodapé da Bíblia King James Atualizada, do texto bíblico acima.
Além desse peixe oriental, vive na América Central uma espécie de cobra que usa a mesma arma para capturar sua presa. É a jararaca. Ela hipnotiza a presa antes de atacá-la. É uma víbora de origem asiática muito eficiente no ataque.
          Em suas emboscadas, ela estende sua calda a certa distancia e, com movimentos característicos, simula uma minhoca. O movimento da calda atrai (ou hipnotiza) a rã, que fixa seu olhar na “minhoca”. A presa fica tão envolvida com o movimento da calda, que nem percebe a presença da cobra, e cai na armadilha. Tal é o estado de hipnose que a rã ataca a ponta da calda da víbora, para comê-la, momento em que é atacada pelo seu predador, que injeta logo o veneno imobilizador e a devora. Tenhamos cuidado com as cobras!
          As víboras são predadores muito eficientes. Seus corpos, seus movimentos e suas maneiras de agir lhe dão vantagens em suas emboscadas. São eficientes na arte de ludibriar e enganar. Uma boa camuflagem tira todas as armas de defesa da presa.
          O dicionário de Aurélio conceitua Hipnose como sendo o estado mental semelhante ao sono, provocado artificialmente, e no qual o indivíduo continua capaz de obedecer às sugestões feitas pelo hipnotizador. Esse nome vem de um deus da mitologia grega, Hypnos, o Sono. Ele era irmão gêmeo de Tânatos, a Morte. Ambos eram filhos de Nyx, a Noite.
Hipnotizador é aquele que faz a vítima adormecer, e Paulo chamou aqueles falsos obreiros de hipnotizadores. O apóstolo identificou a poderosa arma deles – a hipnose. Balançando a “ponta da calda” para distrair seus ouvintes, os falsos obreiros contavam histórias fraudulentas a fim de engabelar a igreja e convencê-la a dar-lhes tudo quanto cobiçavam, sobretudo dinheiro.
          Vemos que os estelionatários já agiam naquele tempo. Histórias lindas e sensibilizadoras eram (e são) contadas nos púlpitos. Eu e você já caímos várias vezes em muitas delas; não se admire disto! Eles têm aparência de homens piedosos, conhecem muito bem a teologia bíblica, são emocionalistas, nos levam facilmente às lágrimas, e eu e você entregamos todo o dinheiro da carteira, e retornamos sorridentes e confiantes de que respondemos a um chamado do Senhor para ofertar daquela forma. O que não sabíamos é que acabávamos de entrar para a estatística dos milhões de vítimas dos estelionatários espirituais.
         Alguns dão carro, casa, todo o salário do mês, todo o dinheiro da carteira, todo o sustento da família, e chegam até mesmo a pensar que tiveram fé da mesma forma como teve aquela pobre viúva (Mc 12.41-44). Falaremos dela posteriormente.
         O problema vem depois. Os hipnotizadores levam tudo que foi arrecadado nas ofertas e vão embora. Tem-se registro de pregadores que levaram 10, 20 e até 30 mil reais de ofertas de uma reunião. Os pastores já tinham dado a palavra que dariam toda a oferta da reunião, tem que repassar tudo, para honrarem a palavra.
O povo de nada sabe acerca de valores; só consegue ver o estrago no bolso. É estrago mesmo, porque o diabo faz isto quando abrimos brecha para ele (João 10.10). Sejamos mais sábios nisto!
Certa feita vi um pastor estarrecido com algo que presenciou na Igreja que pastoreia. Ele havia aceitado a proposta de um pregador, que pastoreia uma igreja em outro Estado, de dar-lhe toda a oferta do culto. Este pregador foi convidado para pregar numa Igreja em nosso Estado e, em razão de já estar aqui, ligou para alguns pastores para arrumar agendas.
          Pois bem, a palavra do pastor para mim foi: George, rapaz quando acabou o culto o pastor desceu e foi direto para a secretaria, parecendo um urubu, atrás do dinheiro da oferta!
          Estarrecido e decepcionado com aquele ministro, que é um dos pregadores de um grande congresso realizado neste país, disse-me que não consegue compreender como ainda aconteceram algumas curas e revelações na reunião.
          Como somos facilmente enganados! Sobre este tipo de revelação temos bons exemplos na Bíblia. É o caso de Balaão (Números 23.5) e do “profeta velho” (I Reis 13.11,20), que receberam revelações divinas mesmo com a vida totalmente desviada da presença do Senhor.
Sobre curas, foi o próprio Jesus quem nos alertou, dizendo que “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?” (Mateus 7.22). Veja a resposta do Senhor para estes obreiros: “Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” (verso 23).
Acontece que, o pecado destrói a natureza espiritual, mas as habilidades naturais do homem permanecem. Mesmo com o coração completamente voltado para as coisas materiais, sobretudo riquezas, eles ainda têm eloquência e conhecimento bíblico, com os quais podem provocar emoções e encorajar alguns a crerem em curas e milagres; e isto pode vir a acontecer. As revelações e outras manifestações sobrenaturais são mistérios que estamos muito aquém de ter um entendimento completo das suas manifestações,   como  o  admirável  caso  do  profeta  velho,  citado acima, e Balaão. Leia com atenção os textos que narram estes casos.
         Devemos saber que manifestações de dons sobrenaturais não é atestado de santidade, conforme você viu nos exemplos acima (leia e analise você mesmo).
Veja que a exortação de Paulo a Timóteo é para que ele seja um obreiro APROVADO (II Timóteo 2.15). Lembre-se que Deus usa até seres irracionais, tais como jumenta (Números 22.28), corvo (I Reis 17.6), peixe (Jonas 1.17), galo (Lucas 22.60).
A avidez por profecias caracteriza a insegurança na Palavra e, muitas vezes, peso de consciência em alguma área da vida do crente.
Quando tomamos conhecimento de alguns ministros que pregam e acontecem coisas sobrenaturais, tais como curas, milagres, manifestações demoníacas e revelações, logo somos impulsionados a convidá-los para ministrar em nossa congregação. Ficamos facilmente impressionados com estas coisas e com belos sermões. Vemos nos DVDs os “conferencistas” e nos esquecemos de orar quando desejamos convidar um pregador para uma festividade em nossa congregação. Veja o que diz Leonard Ravenhil, em seu livro Por que tarda o pleno avivamento?
“Ninguém precisa ser espiritual para pregar, isto é, a preparação e pregação de um sermão perfeito segundo as regras da homilética e com exatidão exegética, não requer espiritualidade. Qualquer um que possua boa memória, vasto conhecimento, forte personalidade, vontade, autoconfiança e uma boa biblioteca pode pregar em qualquer púlpito hoje em dia. E uma pregação dessas pode sensibilizar as pessoas”2.
                        E o Espírito do Senhor já nos alertou: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas...” (Colossensses 2.8 - ACF).

A caracterização do Estelionato Espiritual e as técnicas usadas pelos golpistas
                        Todo argumento que vicia a atitude de ofertar é contrário aos ensinamentos bíblicos; tem a reprovação divina; portanto, é pecado – é Estelionato Espiritual. Na ministração deste importante serviço deve haver sobriedade. O ministrante deve estar plenamente consciente de sua atitude, pois como vimos anteriormente, a hipnose é caracterizada pelo estado de “sono”, falta de lucidez. Deus quer seu povo sóbrio e vigilante o tempo todo. Ele nos deu o seu Espírito para nos guiar na verdade, não pelas emoções.
              Se oferto comovido ou impressionado por algum discurso, não o faço conforme a vontade de Deus, sobretudo quando é suscitada no coração a perspectiva de recompensa pelo serviço prestado. Veja o conselho de Paulo:

Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (II Coríntios 9.7 – ARC).

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